por. Caú Barbosa Lima
Que gravidez não é doença todo mundo sabe, mas algumas
gestações precisam de mais cuidado que as outras, principalmente as que são
consideradas gravidez de risco, como no meu caso, grávida de quadrigêmeos.
Assim que recebi a notícia, recebi também, do meu
ginecologista, uma série de cuidados que deveria seguir, entre eles, o tal do
repouso, que quase todas as gestantes de múltiplos precisam fazer.
Claro que essa foi a parte que mais me chateou, mas
estava disposta à tudo, pois fui informada que após a 28 semana, cada dia no
útero equivale a 3 dias a menos na UTI.
Já na quinta semana, precisei me afastar do trabalho,
pois os enjôos não permitiam que eu saísse da cama. Com a alta quantidade de
hormônio, os enjôos ficam ainda mais intensos. Nesse período, além de driblar
essa indisposição com medicação receitada pelos médicos (plasil, dramin e
meclim), também passei por outros cuidados:
-
ácido fólico diariamente
-
aplicar progesterona 3 vezes ao dia, para fortalecer o
útero e evitar que o parto fosse ainda mais prematuro.
-
tomar vitamina completa indicada para grávidas
-
ultrassom a cada 15 dias
-
passar por um procedimento de cerclagem (cirurgia que
costura o colo do útero, para que ele tenha mais sustentação e não abra com o
peso da barriga)
Livre
das ânsias que pareciam que não me abandonariam até o dia do parto, começou o
período de cama, ainda não absoluto, mas o maior tempo que poderia ficar.
Aluguei uma cama de hospital, procurei os livros mais interessantes do momento,
separei filmes que adoraria assistir e por lá fiquei.
Aproveitava
os dias de consulta e ultrassom para um passeio, um almoço, uma comprinha para
as crianças, mas tudo com muita calma e sem esforço. Usava sempre as motos
disponíveis para deficientes nos shoppings ou supermercados, isso me ajudou
bastante a me distrair quando já não aguentava mais a cama e a minha companhia.
Com
a barriga crescendo demais e o peso ficando quase insustentável, 14 dias antes
do nascimento, fui internada para ser monitorada de perto e segurar por ainda
mais tempo.
Fazia
ultrassom dia sim, dia não, auscultava o coração duas vezes ao dia, tomava
medicação na veia e media diariamente a intensidade de contração, com um aparelho
que imprimia o gráfico com índice de movimento. Também tomei algumas injeções
de cortisona, indicadas para parto prematuro, pois ajudam a amadurecer o
pulmão, uma das maiores preocupações dos médicos nessas situações.
Todo
esse cuidado teve um excelente resultado, por mais difícil que tenha sido ficar
tanto tempo deitada. Com 33 semanas e 3 dias, um prazo maravilhoso e raro para
quadrigêmeos, os médicos decidiram marcar a cesárea, pois além de estar com
pouco espaço no útero, nascer com 8 meses é pior que com 7, em relação ao
pulmão.
Como
já era previsto em todos os exames realizados, exceto pelo baixo peso, que já
sabíamos, meus bebês Sophia, João Pedro, Laura e Beatriz, pela ordem de
nascimento, nasceram sem precisar passar por nenhum procedimento, nem mesmo
receber oxigênio. Ficaram 36 dias na UTI para engordarem e tiveram alta todos
juntos, no mesmo dia.
Ir
para casa com meu quarteto, pegá-los no colo e sentir que finalmente eles eram
meus, me fez esquecer todas as fases difíceis da gravidez e agradecer por ter
conseguido vencer esse milagre tão raro.
Gravidinhas que
passaram ou estão passando por uma gestação que precisa de cuidados especiais,
alguma dica para driblar o repouso e todas as outras orientações médicas?
Oi, Quadriloucas!!!! Estamos planejando ir p/ São Paulo nas férias de julho. Que tal um encontro de famílias de quadrigêmeos neste período? Topam? Se quiserem combinar, enviem mensagem p/ meu email: analuizabse@gmail.com
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