segunda-feira, 11 de abril de 2016

Cuidados especiais na gestação múltipla.

por. Caú Barbosa Lima


Que gravidez não é doença todo mundo sabe, mas algumas gestações precisam de mais cuidado que as outras, principalmente as que são consideradas gravidez de risco, como no meu caso, grávida de quadrigêmeos.
Assim que recebi a notícia, recebi também, do meu ginecologista, uma série de cuidados que deveria seguir, entre eles, o tal do repouso, que quase todas as gestantes de múltiplos precisam fazer.
Claro que essa foi a parte que mais me chateou, mas estava disposta à tudo, pois fui informada que após a 28 semana, cada dia no útero equivale a 3 dias a menos na UTI.
Já na quinta semana, precisei me afastar do trabalho, pois os enjôos não permitiam que eu saísse da cama. Com a alta quantidade de hormônio, os enjôos ficam ainda mais intensos. Nesse período, além de driblar essa indisposição com medicação receitada pelos médicos (plasil, dramin e meclim), também passei por outros cuidados:

-       ácido fólico diariamente
-       aplicar progesterona 3 vezes ao dia, para fortalecer o útero e evitar que o parto fosse ainda mais prematuro.
-       tomar vitamina completa indicada para grávidas
-       ultrassom a cada 15 dias
-       passar por um procedimento de cerclagem (cirurgia que costura o colo do útero, para que ele tenha mais sustentação e não abra com o peso da barriga)

Livre das ânsias que pareciam que não me abandonariam até o dia do parto, começou o período de cama, ainda não absoluto, mas o maior tempo que poderia ficar. Aluguei uma cama de hospital, procurei os livros mais interessantes do momento, separei filmes que adoraria assistir e por lá fiquei.
Aproveitava os dias de consulta e ultrassom para um passeio, um almoço, uma comprinha para as crianças, mas tudo com muita calma e sem esforço. Usava sempre as motos disponíveis para deficientes nos shoppings ou supermercados, isso me ajudou bastante a me distrair quando já não aguentava mais a cama e a minha companhia.
Com a barriga crescendo demais e o peso ficando quase insustentável, 14 dias antes do nascimento, fui internada para ser monitorada de perto e segurar por ainda mais tempo.
Fazia ultrassom dia sim, dia não, auscultava o coração duas vezes ao dia, tomava medicação na veia e media diariamente a intensidade de contração, com um aparelho que imprimia o gráfico com índice de movimento. Também tomei algumas injeções de cortisona, indicadas para parto prematuro, pois ajudam a amadurecer o pulmão, uma das maiores preocupações dos médicos nessas situações.
Todo esse cuidado teve um excelente resultado, por mais difícil que tenha sido ficar tanto tempo deitada. Com 33 semanas e 3 dias, um prazo maravilhoso e raro para quadrigêmeos, os médicos decidiram marcar a cesárea, pois além de estar com pouco espaço no útero, nascer com 8 meses é pior que com 7, em relação ao pulmão.
Como já era previsto em todos os exames realizados, exceto pelo baixo peso, que já sabíamos, meus bebês Sophia, João Pedro, Laura e Beatriz, pela ordem de nascimento, nasceram sem precisar passar por nenhum procedimento, nem mesmo receber oxigênio. Ficaram 36 dias na UTI para engordarem e tiveram alta todos juntos, no mesmo dia.
Ir para casa com meu quarteto, pegá-los no colo e sentir que finalmente eles eram meus, me fez esquecer todas as fases difíceis da gravidez e agradecer por ter conseguido vencer esse milagre tão raro.
Gravidinhas que passaram ou estão passando por uma gestação que precisa de cuidados especiais, alguma dica para driblar o repouso e todas as outras orientações médicas?


Um comentário:

  1. Oi, Quadriloucas!!!! Estamos planejando ir p/ São Paulo nas férias de julho. Que tal um encontro de famílias de quadrigêmeos neste período? Topam? Se quiserem combinar, enviem mensagem p/ meu email: analuizabse@gmail.com

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